domingo, 31 de agosto de 2014

Primeiro foguete brasileiro com etanol será lançado na próxima semana

http://zh.clicrbs.com.br/rs/noticias/planeta-ciencia/noticia/2014/08/primeiro-foguete-brasileiro-com-etanol-sera-lancado-na-proxima-semana-4586336.html

O VS-30 — primeiro foguete brasileiro a etanol — será lançado na próxima semana do Centro de Alcântara, no Maranhão, em direção ao oceano Atlântico. O 13º voo do foguete vai testar o motor movido a combustível líquido, desenvolvido pela empresa Orbital Engenharia em parceria com o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE).
A carga útil, denominada Estágio Propulsivo a Propelente Líquido, utiliza etanol e oxigênio líquido como combustíveis.
— O que estamos tentando obter com este voo são dados do desempenho do motor em elevadas altitudes e condições de ambiente espacial — disse o coordenador do projeto, coronel-aviador Avandelino Santana Júnior.
De acordo com ele, o sistema já é conhecido e foi exaustivamente testado em laboratório.
O objetivo é substituir, nos lançamentos de satélites, os propulsores sólidos pelos líquidos, já que esses últimos suportam massas e altitude maiores.
— Os maiores satélites colocados em órbita são por meio de motores com carga líquida, mas, até então, o Brasil não dominava essa tecnologia. Com ela, as operações são mais precisas — disse Santana.
O voo do VS-30 deve durar em torno de dois minutos — tempo curto, mas suficiente para a transmissão e a coleta dos dados da performance — e não haverá a recuperação da carga útil. Conforme o coronel, a experiência abre novas possibilidades para o desenvolvimento de motores e para a aplicação em outros veículos aeroespaciais brasileiros.
Além do combustível líquido da carga útil, o foguete levará um GPS de aplicação espacial da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e um dispositivo mecânico de segurança concebido no IAE chamado Chave Mecânica Acelerométrica, que funciona como uma torneira: pode abrir e fechar conforme a necessidade.
— Com o propulsor sólido, não temos esse controle. Ele vai queimar até acabar e você não consegue reacender um fósforo. A grande vantagem é que ele fornece mais energia para o motor e pode dar várias ignições — explica o coordenador.
O lançamento faz parte da Operação Raposa, iniciada dia 12 de agosto com apoio da Agência Espacial Brasileira.

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