segunda-feira, 30 de junho de 2014

Todo dia com a química



A química que embala











Há quem pense o contrário. Mas vida de bebê não é fácil. Entre o mamar e o dormir, há uma série de coisas que o bebê precisa, vamos dizer, suportar. Passar de colo em colo, fazer gracinhas, agüentar as cocegazinhas, beliscões nas bochechas, os ciúmes dos avós, as birras dos irmãos, cumprir horário, tomar banho justo no momento do melhor desenho animado. O bebê não pode nem mesmo escolher sua roupa ou o cardápio. Tanto que, quase sempre, o choro marca o protesto.

Mas, sem a Química, a vida do bebê – e a dos pais – seria muito mais difícil. Como bebê ainda não sabe ir ao banheiro, o recurso é a fralda. Há muito tempo, usava-se um pano que, entre outros inconvenientes, a depender do grau de saturação do tecido, conseguia conter apenas os "resíduos" sólidos – o líquido, muitas vezes, era absorvido mesmo pela roupa de quem segurava o "travesso". Hoje, a Química praticamente eliminou o risco do vazamento. As fraldas modernas utilizam fibras de polipropileno e um gel especial, que pode conter poliacrilato de potássio, para absorver e reter os líquidos. O alfinete que prendia a fralda, e que tantos sustos já causou, foi substituído pela combinação de uma base plástica com adesivo acrílico. O sabonete, para aquela higiene tão necessária, pode incluir em sua fórmula o dióxido de titânio e o sulfato de magnésio. O talco pode ter estearato de zinco ecloreto de benzalcônio. Graças à Química, trocar a fralda ficou tão fácil que até mesmo pais e tios já podem realizar essa delicada operação, antes exclusiva de mães e avós.
Na hora de mamar, a Química também está presente. O bico da mamadeira, macio, é produzido com látex. A mamadeira, fabricada com policarbonato e polipropileno, é inquebrável para resistir a traquinagens e birras. Os plásticos, aliás, acompanham o bebê em quase todos os momentos. O colchão que garante aquela soneca para o bebê - e aquele repouso para os pais - é feito com poliuretano expandido, revestido com fibras sintéticas. A bola colorida é produzida com polietileno. Os brinquedos que, na ótica do bebê, estão ali para serem mordidos são feitos com plásticos atóxicos.
A roupa do bebê, que a mamãe escolheu com todo carinho, mas que para ele, bebê, é a tela ideal para pintar com comida, restos de chocolate e outras espécies de coisas que grudam, numa demonstração precoce de talento artístico, pode ter sido feita com fibras acrílicas combinadas com lã ou algodão. E, na hora da lavagem, lá também estará a Química, com tensoativos e amaciantes para assegurar uma roupa macia, bonita, livre de resíduos e bactérias. Afinal, também para a Química, a melhor recompensa de todo esse trabalho é o sorriso alegre e saudável de um bebê.

A QUÍMICA DO CHORO DO BEBÊ

O ato de amamentar libera o hormônio oxitocina.



Alison Fleming, da Universidade de Toronto, desenvolveu pesquisas sobre comportamento dos pais e nível hormonal. Um hormônio-chave é o cortisol: como a adrenalina, é um daqueles hormônios chamados "lute ou escape", liberados em resposta ao stress. Eles colocam o sistema humano em uma espécie de alerta vermelho, pronto para lidar com situações de emergência.

Fleming descobriu que o nível de cortisol das mulheres tende a ser elevado no período pós-parto. Não há surpresa nisso, é uma transição de vida desafiadora. Mas ela também descobriu que as mulheres com os maiores níveis do hormônio tendem a ser mais atraídas e atenciosas aos seus bebês, e mais compreensivas com seus choros. 

Fleming estudou pais também. Não somente o nível de cortisol chegou ao pico em resposta aos choros do bebê, mas pais de primeira viagem tenderam a ter maior elevação nos níveis de cortisol comparados com pais mais experientes. O mesmo para as mães. Para ambos, mães e pais, quando o choro parava, os níveis de cortisol baixavam. 

Pesquisas científicas mostraram que stress crônico na primeira infância (como negligência e falha em responder aos choros) pode causar sérios problemas de desenvolvimento. Em contraste, bebês que são ajudados a se acalmar quando choram, crescem e viram adultos que são menos reativos e mais aptos a lidar com situações estressantes.

É um sistema elegante: o bebê tem uma necessidade e chora. Os pais sentem o problema, cuidam do bebê e o bebê pára de chorar. Os pais se sentem melhor. Ambos aprendem algo bom sobre a relação. Adicione amamentação à equação, e vai funcionar ainda melhor, porque o ato de amamentar libera o hormônio oxitocina, que ajuda a aliviar o stress e relaxa. 
Existe um obstáculo, entretanto: bebês, especialmente bem novinhos, não são sempre fáceis de confortar. Isso significa que o estress pode se acumular em níveis não saudáveis em alguns pais, sem sinal de alívio. 

Quando um bebê que é "dificil de consolar" encontra um pai ou mãe estressado, coisas ruins podem acontecer. "Pais precisam saber que é perigoso chacoalhar um bebê, e pode ser a receita para um desastre". Então se você sente que está perdendo o controle, leve isto a sério, ponha o bebê num lugar seguro, peça a alguém para ajudar se você tiver como, ligue para alguém, faça algo como tomar um banho, uma caminhada, ou chore para desabafar, até restaurar suas forças.

Química Orgânica - Vestibulando Digital







terça-feira, 17 de junho de 2014

Os Alquimistas Medievais


18 de Junho - Dia dos Químicos




Doces de Pelotas e a Bioquímica

A Bioquímica estuda, basicamente, as reações químicas de processos biológicos que ocorrem nos organismos vivos. Para isso, a estrutura e a função das biomoléculas - aminoácidos, peptídeos, enzimas, proteínas, carboidratos, lipídeos, ácidos nucléicos, hormônios, vitaminas, dentre outros - são trabalhadas nessa disciplina. Também é destaque a importância biológica e propriedades físico-químicas da água, além dos sistemas-tampão e pH.
Quanto ao metabolismo, o enfoque é dado no que se diz respeito à produção e utilização de energia pelos seres vivos: glicólise, ciclo de Krebs, síntese e oxidação de ácidos graxos, metabolismo de compostos nitrogenados, cadeia transportadora de elétrons e fosforilação oxidativa.




Questões de Isomeria - Guia do Estudante




domingo, 15 de junho de 2014

Grandes nomes da Ciência – Linus Pauling





Polímeros em jogo


Doping, gol contra





A química da bola



Por trás da tristeza, a química da depressão

A depressão é diferente daquela tristeza passageira, da vontade de não fazer nada por um ou dois dias, da alteração momentânea do humor. A doença vai muito além: “ela desencadeia uma série de reações em nosso organismo”, explica José Cássio Pitta, Professor Assistente do Departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Desde a deficiência no nível de alguns neurotransmissores até alterações nos níveis de alguns hormônios”, complementa o psiquiatra.
 
 Sabe-se que na depressão há a diminuição nos níveis dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina – responsáveis por transmitir informações entre os neurônios, especialmente relacionadas à regulação de humor, energia, sono e motivação. Com menos “mensageiros”, a comunicação entre neurônios fica prejudicada e também a regulação das funções desses neurônios. A partir daí, o corpo – e a mente – começam a padecer.
 
A deficiência de neurotransmissores traz ainda a diminuição de substâncias protetoras dos neurônios, podendo causar inclusive morte de células cerebrais. “Em alguns pacientes, percebemos uma atrofia cerebral e até diminuição do hipocampo – área do nosso cérebro relacionada à memória e às emoções”, explica Pitta. Na prática, isso leva a prejuízos de memória, dificuldade de concentração e de realização de funções cognitivas.
 
Devido ao quadro depressivo, o hipotálamo – região cerebral que, entre outras funções, coordena a produção de hormônios em diferentes glândulas – estimula a produção de cortisol em excesso. Esse hormônio, conhecido como hormônio do estresse, quando produzido mais do que o necessário, ajuda a liberar fatores inflamatórios e a diminuir a capacidade imunológica do organismo. Por isso, os pacientes depressivos têm maiores chances de adoecer do que aqueles que não sofrem da doença.
 
Ainda devido à disfunção do cortisol, a depressão pode tornar-se crônica. Nestes casos, quanto mais tempo demora para o paciente receber o tratamento correto, menores são as chances de sucesso. “Há maior risco de comprometimento do cérebro e, consequentemente, de resultados do tratamento”, explica o psiquiatra.
 
Assim, os sintomas da depressão ocorrem devido a alterações no processamento de informações e disfunções na transmissão de sinais entre neurônios, em diferentes regiões do cérebro.

SINTOMAS E CIRCUITOS DA DEPRESSÃO
Sintomas
Região Cerebral de Processamento
Neurotransmissores envolvidos
Humor deprimido
Amígdala
Córtex pré-frontal (Ventromedial e Área subgenual)
Serotonina, noradrenalina e dopamina
Apatia e perda de interesse
Córtex pré-frontal
Hipotálamo
Nucleus accumbens
Dopamina e noradrenalina
Alteração do sono
Córtex pré-frontal
Hipotálamo
Tálamo
Prosencéfalo basal
Serotonina, noradrenalina e dopamina
Fadiga
Córtex pré-frontal
Núcleo estriado
Nucleus accumbens
Dopamina e noradrenalina
Disfunção executiva
(dificuldade de planejamento e realização de atividades rotineiras em sequência)
Córtex pré-frontal
Dopamina e noradrenalina
Alterações psicomotoras (agitação e lentidão)
Núcleo estriado
Córtex pré-frontal
Cerebelo
Serotonina, noradrenalina e dopamina
Alterações de peso e apetite
Hipotálamo
Serotonina
Ideação suicida
Amígdala
Córtex pré-frontal (Ventrolateral e Orbital frontal)
Serotonina
Ideação de culpa e menos-valia (inferioridade)
Amígdala
Córtex pré-frontal (Ventrolateral)
Serotonina
Adaptado (Stahl, 2010)
 
Como tudo começou
“Na década de 1950, ao se pesquisar um tratamento para tuberculose, percebeu-se que o medicamento também fazia efeito em sintomas depressivos”, conta Pitta. “Foi então que se descobriu, acidentalmente, a importância dos níveis de neurotransmissores no quadro da depressão”, complementa.
 
Depois disso, intensificou-se o estudo de tratamentos focados no aumento da disponibilidade dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina. Ao longo do tempo, mais detalhes foram descobertos sobre essa química da depressão e os tratamentos procuraram balancear a eficácia no controle da doença, assim como minimizar ao máximo os eventos adversos. Essa evolução se deu desde os antidepressivos tricíclicos até os mais modernos, chamados duais. Um exemplo desta última classe é Pristiq (desvenlafaxina), produzido pela Pfizer, que provoca menos eventos adversos como sonolência diminuída e pouca interferência no peso e na libido.  A seguir, mais informações sobre os tipos de antidepressivos existentes.
 
TRATAMENTO DA DEPRESSÃO - EVOLUÇÃO
Tricíclicos
Primeira geração de antidepressivos, muito eficazes, atuam bloqueando o “transporte” dos três principais neurotransmissores relacionados à depressão: serotonina, noradrenalina e dopamina. Como causam muitos efeitos colaterais, a adesão ao tratamento fica prejudicada.
IMAO: inibidores da monoaminaoxidase
A monoaminaoxidase é uma enzima responsável por “desativar” a serotonina, a noradrenalina e dopamina. Assim, os medicamentos IMAOs agem diretamente nesta enzima, a fim de aumentar a disponibilidade dos três neurotransmissores que têm papel importante na depressão.
ISRS:
inibidores seletivos de receptação de serotonina
Com mecanismo de ação focado no bloqueio da serotonina, esses medicamentos possuem menos eventos adversos do que os medicamentos anteriores a ele. Conhecida como segunda geração de antidepressivos, a classe é uma das mais utilizadas para a depressão, melhora a adesão do paciente ao tratamento, mas não possui a mesma eficácia dos tricíclicos.
IRSN ou Duais:
inibidores de recaptação de serotonina e noradrenalina
Conhecida como terceira geração de antidepressivos, esses medicamentos atuam sobre os neurotransmissores serotonina e noradrenalina e aliam eficácia no controle da doença com menor interação medicamentosa e menos efeitos colaterais. 
 
Vale ressaltar que somente um médico é capaz de fazer o diagnóstico correto da doença e optar pelo tipo de tratamento mais adequado para cada paciente. Para isso, o profissional leva em conta o tipo e o grau da depressão, o perfil do paciente (se ele possui outras enfermidades, inclusive crônicas, por exemplo) e o grau de acometimento do cérebro. “Quando a depressão é antiga e o paciente não foi tratado durante muito tempo, geralmente é necessário lançar mão de diferentes terapias ao mesmo tempo”, diz Pitta. “Precisamos dessa associação, pois nestes casos, é mais difícil de o paciente responder ao tratamento”, explica. 
 
Antes de procurar um médico, vale se preparar para a consulta. Por isso, uma boa dica é para o paciente é listar tudo o que deve ser conversado, especialmente em relação aos sintomas. No caso da depressão, por exemplo, é importante prestar atenção a diferentes aspectos que podem ajudar o médico na conclusão de um possível diagnóstico.
 
PRINCIPAIS SINTOMAS DA DEPRESSÃO
  • Desinteresse por atividades antes prazerosas e/ou cotidianas
  • Tristeza prolongada
  • Sentimento de isolamento
  • Irritabilidade
  • Autoestima baixa
  • Dificuldade de concentração
  • Falta de motivação
  • Dificuldades no trabalho
  • Problemas no relacionamento com familiares e amigos
  • Distúrbios de sono
  • Alteração no peso
  • Perda de libido
 


Cientistas criam bactéria que come o CO2 do ar


Remédio corta o efeito do álcool no organismo

Substância reduz a quantidade de álcool no sangue - e pode transformar a relação da humanidade com a bebida.



sexta-feira, 13 de junho de 2014

Dica de livro: Química - Coleção Magistério




Memorização excessiva, programas muito extensos, falta de atividades experimentais, ausência de conexão entre fatos , teorias, leis e modelos - são os principais problemas no ensino da Química. Neste livro Nelson O. Beltran e Carlos Ciscato propõem sugestões para superá-los, apresentando os conceitos fundamentais da Química, métodos de ensino, pesquisa, experimentação e procedimentos para atividades de laboratório.

Dica de livro: Didática da química - Fundamentos e práticas para o ensino médio


Dica de Livro: Jogos e atividades lúdicas para o ensino de química



sábado, 7 de junho de 2014

Cientistas criam material que é capaz de absorver CO2 do gás natural

Novo material transforma CO2 em cadeias de moléculas de polímero.
Gás não precisa ser transportado para estação de remoção do CO2.


Químicos anunciaram nesta terça-feira (3) ter inventado um material capaz de sugar facilmente o dióxido de carbono (CO2) contido no gás natural, deixando mais limpo um combustível abundante.
A substância porosa consegue separar o CO2 na boca do poço e armazená-lo com segurança para uso industrial ou para reinjeção em campos gasíferos, afirmaram.
Os processos atuais de remoção do CO2 se baseiam na abrasão química, um processo caro no qual o carbono contido no gás natural é dissolvido com compostos líquidos corrosivos aquecidos a 140ºC.
O novo material contém pó de carbono, pontilhado de buracos microscópicos e infundido com átomos de nitrogênio ou enxofre, que transformam o CO2 em cadeias sólidas de moléculas de polímero. Os polímeros ficam presos nos poros do material, enquanto o gás natural consegue passar.
Esta "polimerização" acontece sob a pressão liberada naturalmente pelo poço, explicou a equipe responsável pela invenção em artigo publicado na revista "Nature Communications".
Assim que a pressão desaparece, os polímeros voltam ao seu estado gasoso original, liberando os poros para que possam coletar mais gás carbônico.
Tudo isto acontece em temperaturas normais, ao contrário da tecnologia de captura existente, que demanda calor e usa grande parte da energia produzida, segundo a equipe.
Material econômico
O coautor do estudo, James Tour, professor da Universidade Rice, no Texas, informou que materiais de captura de CO2 já existiam, "mas nenhum que funcionasse como este e que pudesse fazê-lo de forma tão econômica". O novo método é usado na fonte, o que significa que o gás não precisa ser transportado para uma estação de coleta para a remoção do CO2, reportou em comunicado a Universidade Rice.

"O gás natural é o combustível fóssil mais limpo que existe. O desenvolvimento de formas com boa relação de custo-benefício para separar o dióxido de carbono durante seu processo de produção aumentará esta vantagem sobre outros combustíveis fósseis", acrescentou.
A inovação também deverá permitir o uso de gás, cujo conteúdo elevado de CO2 tornaria seu custo de limpeza proibitivo utilizando as tecnologias atuais de captura.
Com o novo método, que foi patenteado, mas ainda não foi usado, o CO2 pode ser bombeado diretamente de volta ao poço de gás, onde esteve por quatro milhões de anos, ou estocado e vendido para outros propósitos industriais, prosseguiram os cientistas.
O CO2 é o principal gás de efeito produzido pelo homem. Bilhões de toneladas destes gases são emitidos anualmente, atuando como um cobertor invisível que prende a energia solar na atmosfera, causando danos ao delicado sistema climático da Terra, com riscos potencialmente catastróficos, segundo especialistas.
Um carro movido a gás natural produz 30% menos CO2 do que outro movido a gasolina, destacou o estudo. Mas o CO2 liberado no poço gasífero neutraliza 'significativamente' esta vantagem, acrescentou.