segunda-feira, 22 de maio de 2023
Whey protein não é 'pó mágico': especialistas explicam quando a suplementação é recomendada
O que é whey protein? Suplementos como o whey protein são feitos da proteína do
soro do leite. Ele é vendido em pó, e o consumidor o mistura a uma certa
quantidade de água ou leite antes de beber. De acordo com Ricardo Oliveira,
membro do departamento de endocrinologia do esporte e exercício, da Sociedade
Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), essa é uma proteína de alto
valor biológico devido à quantidade e composição dos aminoácidos contidos nela.
"O valor biológico é classificado de acordo com a capacidade que a fonte
nutricional tem de ser incorporada pelo corpo e produzir proteína muscular",
explica Oliveira. Quais tipos de whey protein existem? Existem 3 categorias que
dependem, na realidade, da quantidade de proteína presente. São elas:
Concentrado: aquele que tem menor quantidade de proteína e maior quantidade de
açúcar. Sendo assim, é encontrado a preços menores porque o que custa mais caro
é a proteína. Isolado: tem uma quantidade maior de proteína em sua composição
(obrigatoriamente acima de 80%) e menor quantidade de carboidratos. Hidrolisado:
não contém lactose, permitindo uma absorção melhor e mais rápida. De acordo com
o endocrinologista Ricardo Oliveira, essa versão é recomendada para pessoas com
intolerância ou alergia à proteína do leite. Para que serve? Como ele oferece
aminoácidos essenciais para a recuperação e a construção muscular, é usado para
favorecer o ganho de força e hipertrofia (aumento de músculos ou ganho de massa
magra). O whey serve para que o indivíduo consiga atingir a sua cota diária do
consumo de proteínas. De acordo com Henrique Carreira, nutricionista
pós-graduado em nutrição esportiva, o whey não leva vantagem alguma comparado a
outras proteínas (frango, carne, peixe, ovos). No entanto, há quem não consuma
esse tipo de alimento ou quem não consiga atingir a quantidade adequada para
suas necessidades. Para quem é recomendado? Para praticantes de atividades
físicas: isso porque são pessoas que têm uma necessidade maior de consumo de
proteína, uma vez que o exercício cria microlesões nos músculos, e a recuperação
e o ganho de massa muscular dependem da proteína. Para atletas: Henrique
Carreira dá o exemplo de um atleta de 100 kg que precisa consumir 100 gr de
carne ou peixe logo no café da manhã. "Não é viável. Então, o suplemento vem
para suprir essa demanda", explica. Quando há déficit no consumo de proteína:
segundo o nutricionista, além das pessoas que treinam, a suplementação pode ser
recomendada para quem não tem o hábito de jantar e costuma fazer só um lanche à
noite. "Aí vale a substituição do lanche pelo whey", diz. Ele ressalta, porém,
que o ideal é, se der, fazer uma refeição no jantar. Quanto é preciso tomar? A
recomendação leva em consideração fatores como a dieta e o tipo de exercício
realizado, mas é feita de acordo com o peso. Às vezes, tem mulheres que querem
tomar e elas são leves e conseguem atingir essa quantidade via consumo de
alimentos mesmo. Para uma mulher de 50 kg, 15 g ja estimula ao máximo a síntese
proteica. — Henrique Carreira, nutricionista Também varia para praticantes de
diferentes esportes porque, por exemplo, quem corre tem menos rompimento de
fibra do que quem faz musculação. Tem algum efeito colateral? Não tem para a
população em geral. O médico nutrólogo e do esporte Carlos Alberto Werutsky,
diretor do Departamento de Nutrologia Esportiva da Associação Brasileira de
Nutrologia (ABRAN), diz que para quem tem saúde renal e hepática normais, a
suplementação de proteína não incorre em riscos, mesmo que a dose seja um pouco
mais exagerada do que a recomendada no rótulo, que é em torno de 20g ou 30g por
porção. Normalmente, todos esses suplementos que estão disponíveis não têm
obrigatoriedade de registro na Anvisa. Logo, eles não devem trazer efeitos
colaterais ou malefícios para a população em geral. — Carlos Alberto Werutsky,
médico nutrólogo.
Fonte:
https://g1.globo.com/saude/noticia/2023/05/22/whey-protein-nao-e-po-magico-especialistas-explicam-quando-a-suplementacao-e-recomendada.ghtml
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