domingo, 17 de março de 2013

Detectado vapor de água e monóxido de carbono em exoplaneta



Formação do sistema planetário à volta da estrela HR  8799 terá sido semelhante ao Sistema Solar

Uma investigação da Universidade de Toronto revela que um dos exoplanetas que orbitam a estrela HR 8799 tem uma atmosfera com vapor de água e monóxido de carbono. No artigo agora publicado na «Science», os cientistas sugerem que foi um mecanismo de formação planetária semelhante ao que ocorreu no Sistema Solar, conhecido como acreção de núcleo, que desencadeou o crescimento de HR 8799c, um gigante gasoso com sete vezes a massa de Júpiter.
Apesar de termos observado água, não acreditamos que possa existir vida neste planeta. Não tem superfície sólida e é extremamente quente. Calcula-se que a sua temperatura à superfície seja de 1000 graus centígrados”, esclarece o astrónomo Quinn Konopacky, da Universidade de Toronto.
Konopacky e os seus colegas do Canadá e dos Estados Unidos utilizaram dados do Observatório Keck, no Havai, para analisar as características do planeta. Os resultados ajudam a esclarecer como terá ocorrido a formação deste gigante gasoso e dão pistas sobre a formação do nosso próprio sistema planetário.
Os resultados indicam que os quatro os planetas que orbitam HR 8799 cresceram através de acreção do núcleo, o mesmo 'método' que deu origem à formação dos planetas do Sistema Solar.


Estes exoplanetas foram detectados directamente em 2008. A detecção directa revelou que este gigante gasoso orbita a estrela a uma distância comparável à de Plutão em relação ao Sol.

A nova análise de Konopacky oferece dados de alta resolução sobre a química, a gravidade e a atmosfera do HR 8799c. “O exoplaneta tem um conjunto ideal de propriedades; é muito luminoso e está situado suficientemente longe da estrela, o que nos permite adquirir estes dados espectrais incríveis”, explica o investigador. “O facto de não detectarmos metano diz-nos muito acerca dos processos químicos na atmosfera deste gigante gasoso jovem”.
Dois possíveis mecanismos foram já propostos para a formação de exoplanetas: o processo de acreção do núcleo, através do qual o gás se acumula lentamente num núcleo planetário, e o processo de instabilidade gravitacional, que implica a criação simultânea do interior de um planeta e da atmosfera.
O estudo revela que o processo tenha sido o de acreção do núcleo, que deu forma ao Sistema Solar, com gigantes gasosos longe do Sol e os planetas rochosos mais próximos dele, também aconteceu neste sistema.

Artigo: Detection of Carbon Monoxide and Water Absorption Lines in an Exoplanet Atmosphere

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