domingo, 17 de março de 2013

Derivados de hidratos de carbono podem originar novos fármacos oncológicos

Estudo espanhol associa açúcares ao ADN de hélice quádrupla

Uma investigação do Conselho Superior de Investigações Científicas (CSIC), em Espanha, identificou que diferentes tipos de açúcares interagem de maneira favorável com guaninas (um dos quatro tipo de bases nitrogenadas que compõem o DNA) tétrade do DNA em hélice quádrupla. Esta descoberta pode contribuir para o desenvolvimento de novos fármacos anticancerígenos.


“Todos os genes como os oncogenes são partes do DNA linear de dupla hélice, mas segundo a sequência de bases pode haver duas zonas que formem uma estrutura distinta. É o caso do DNA de hélice quádrupla que é uma estrutura em forma de caixa com plataformas de quatro guaninas dispostas uma sobre a outra. Estas estruturas são frequentes em zonas do DNA ricas em base guanina”, explica o coordenador da investigação Juan Carlos Morales.

O material genético de hélice quádrupla diferencia-se do material genético de hélice dupla porque forma estruturas onde se sobrepõem unidades de base de guanina. Os investigadores verificaram que distintos oncogenes têm estruturas semelhantes ao material genético de hélice quádrupla.

Os investigadores utilizaram interacções moleculares que, até ao momento, não tinham sido associadas em estruturas do DNA de hélice quádrupla.

Juan Carlos Morales adianta que o DNA de hélice quádrupla tem uma estrutura com uniões semelhantes à de alguns genes cancerígenos o que vai “permitir desenhar novas moléculas, que sejam potencialmente anticancerígenas, com base num novo conceito. Este será centrado em moléculas com uma plataforma de açúcar juntamente com outras modificações que se unirão ao DNA em hélice quádrupla. Assim evitar-se-ia a disseminação da proteína que favorece o desenvolvimento do cancro”.

A partir deste conceito, os investigadores do CSIC vão começar a desenhar e sintetizar moléculas baseadas em hidratos de carbono (açúcar) para testar medicamentos que possam actuar em diferentes tipos de cancro.

O estudo contou com a participação de investigadores do CSIC, Carlos Gónzález, do Instituo de Química e Física Rocosalano e Ramón Eritja, do Instituto de Química Avançada da Catalunha.

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